Nissan Máxima é mais um sedã que morre diante do avanço dos SUVs
Modelo sairá de linha na gama 2023 depois de mais de 40 anos de história na marca
Por: Dyogo Fagundes
O avanço do segmento de SUVs na preferência dos consumidores tem sido arrasador para o mercado de sedãs. No mundo todo, os chamados três-volumes têm perdido espaço a cada ano e recorrentemente vêm sendo retirados do catálogo de diferentes marcas. A baixa mais recente vem da Nissan, que acaba de anunciar o fim de um dos mais tradicionais nomes da categoria nos Estados Unidos: o Maxima.
Em nota, porta-voz da empresa confirmou que o sedã será descontinuado a partir do ano-modelo 2023 e que deixará em definitivo as linhas de montagem da fábrica do Tennessee. “O Maxima é um dos nomes mais famosos da Nissan na América do Norte. Na quarta-feira, 3 de agosto, anunciamos aos nossos funcionários, fornecedores e revendedores que a atual geração terá produção encerrada em meados de 2023”, disse a empresa.
O Maxima estreou em 1980, já modelo 1981, e foi inicialmente comercializado sob a marca Datsun. Oferecia motor de seis cilindros e tração traseira, sendo posicionado como topo de linha e disponível nas carrocerias sedã e perua. A mudança para uma plataforma de tração dianteira (esquema mantido até hoje) veio com a chegada da segunda geração, desta vez usando logotipos Nissan.
Sempre considerado um sedã de pegada esportiva, o Maxima viveu seu auge comercial nos anos 1990 e início dos anos 2000, especificamente nos modelos de quarta e quinta gerações. Em 1994, por exemplo, alcançou pico de vendas nos Estados Unidos ao emplacar 163.138 unidades. A geração atual – oitava da linhagem – foi lançada em 2015 e reestilizada em 2018. Teve como melhor ano 2017, quando vendeu no mercado norte-americano 67.627 unidades.
Desde então, os números só caíram e os SUVs passaram a sufocar o segmento. No acumulado primeiro semestre deste ano, por exemplo, o Maxima soma apenas 3.753 unidades entregues – queda de 67% na comparação com igual período do ano passado. Rivais seguem pelo mesmo caminho: Chrysler 300 com 7.582 unidades (-31%), Toyota Avalon com 8.120 unidades (-21%) e Dodge Charger com 38.459 unidades (-9%).
Outros concorrentes saíram de linha bem antes, como Buick LaCrosse, Chevrolet Impala, Ford Taurus e Kia Cadenza.
Possível retorno como SUV
Para os fãs do modelo, a Nissan deixou no ar a possibilidade de que novidades podem surgir no futuro. Especulações indicam que, na migração para eletrificação, o nome Maxima poderá retornar em modelo inédito. Talvez um sedã com jeito de SUV, como a nova geração do Toyota Crown, ou inédito crossover. Pistas nesse sentido já foram dadas com a apresentação do conceito IMs.